Levantamento feito pela Agência Internacional de Energia afirma que novos dados indicam uma oportunidade para alcançar a meta de reduzir combustíveis fósseis até 2030
O relatório recentemente divulgado pela Agência Internacional de Energia (IEA) revela um crescimento surpreendente de quase 50% na capacidade de energia renovável adicionada aos sistemas energéticos globais em 2023, em comparação com o ano anterior.
Este notável avanço sinaliza um marco significativo na busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis, alinhadas com os esforços para combater a crise climática.
Expansão global e metas ambiciosas
As energias renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica, estão desempenhando um papel crucial nesse aumento, representando uma transição essencial para substituir os combustíveis fósseis responsáveis pela crise climática.
Esse crescimento é considerado o mais rápido dos últimos 20 anos, aproximando o mundo da realização da ambiciosa meta global proposta durante a COP 28 no ano passado, que visa triplicar a capacidade de energia renovável em nível mundial até 2030.
Destaques regionais e papel da China
A China emergiu como um protagonista fundamental nesse cenário, impulsionando o crescimento acelerado da energia solar fotovoltaica. A capacidade de energia renovável atingiu níveis históricos no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos em 2023, destacando a disseminação global desse movimento transformador.
Brasil e Biocombustíveis
O Brasil se destaca no cenário de biocombustíveis, com a IEA estimando que o país contribuirá com impressionantes 40% da expansão desse setor até 2028. Além disso, há a previsão de que, com base nos dados de 2023, os biocombustíveis superem o carvão como principal fonte de produção de eletricidade global até o início de 2025. Apesar do progresso, desafios, como o cenário macroeconômico mundial, são identificados, especialmente para países emergentes, podendo impactar a consecução das metas de energia limpa.
Em entrevista à Reuters, Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, destaca que, embora ainda não seja suficiente para atingir completamente a ambiciosa meta da COP 28, estamos nos aproximando dela. Ele ressalta que, com as ferramentas governamentais adequadas, é possível superar esses desafios e alcançar um futuro mais sustentável. O relatório destaca ainda que as centrais de energia eólica terrestre e solar fotovoltaica já se tornaram mais acessíveis do que as centrais de combustíveis fósseis em muitos países, promovendo um incentivo adicional para essa transição energética.